Carta Pastoral | Sacerdotale Commitment

DOM ERICK BRENO BERGOGLIO FERRAZ
POR MERCÊ DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO PRELADO DE FORTALEZA

Aos caríssimos filhos que leem esse decreto saudações da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

"¹Eis a exortação que dirijo aos anciãos que estão entre vós; porque sou ancião como eles, fui testemunha dos sofrimentos de Cristo e serei participante com eles daquela glória que se há de manifestar. ²Velai sobre o rebanho de Deus, que vos é confiado. Tende cuidado dele, não constrangidos, mas espontaneamente; não por amor de interesse sórdido, mas com dedicação". [I São Pedro, 5].

CAPÍTULO I
Virtudes Sacerdotais

Castidade - Castitas; A virtude da castidade é de suma importância na vida do cristão. pois a alternativa é evidente: ou o ser humano comanda suas paixões e obtém a paz, ou ele se deixa dominar por elas e se torna infeliz. Ensina o Catecismo da Igreja Católica: “A castidade é uma virtude moral". 

Caridade - Caritas; A Caridade é a terceira virtude teologal, porque é Deus quem a infunde em nosso coração e, sobretudo, porque ela nos faz amar a Deus. Ela é toda relativa a Deus. Amamos a Deus por causa da Sua perfeição infinita e de sua bondade.

Temperança - Temperantia; O Catecismo da Igreja Católica ensina que: “A temperança é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade.

Diligência - Industria; A diligência nos leva a responder com prontidão e a realizar as ações com boa disposição interior e interior, sem atrasos nem demoras, procurando agir com competência e eficácia.

Paciência - Patientia; A virtude da paciência é, de fato, “a arte de padecer”. Quando está vitalizada pela graça do Espírito Santo, pode-se definir como “a arte se sofrer com fé, esperança e amor”, sobretudo com amor.

Bondade/Benevolência - Benevolentia; Querer bem ao próximo é parte integrante da vida cristã. De fato, o amor que leva Deus a se entregar como propiciação pelos nossos pecados nos estimula a ver no próximo, justo ou pecador, um verdadeiro tesouro pelo qual Cristo, cheio de misericórdia, derramou o próprio sangue.

Humildade - Humilitas; A humildade faz que tenhamos consciência clara de que os nossos talentos e virtudes, tanto naturais como na ordem da graça, pertencem a Deus, porque da sua plenitude, todos recebemos. Tudo o que é bom vem de Deus; a deficiência e o pecado, esses, sim, são nossos. 

CAPÍTULO II
Missão Sacerdotal

A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado. 

O padre é um dos membros do clero da Igreja Católica, um sacerdote consagrado por um bispo cuja missão é evangelizar, celebrar a Eucaristia, ouvir confissões, ministrar o batismo, o sacramento da cura, abençoar os fiéis, entre outras funções.

Evangelização - Evangelizatio; Evangelização é anunciar as boas novas, testemunhar das obras de Cristo, apresentar o Cristo que morreu mais ressuscitou, o que Reina, o que Salva, em fim, o que vira para governar eternamente 

Santa Eucaristia - Sancta Eucharistia; A Santa Missa, também chamada de Eucaristia, é o memorial perpétuo da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Ela é composta de duas partes essenciais, que são a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, e essas são inseparáveis!

Sacramentos - Sacramentum; Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento.

CAPÍTULO III
Sacerdócio da Antiga Aliança

1539. O povo eleito foi constituído por Deus como «um reino de sacerdotes e uma nação consagrada» (Ex 19, 6) (6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, segregada para o serviço litúrgico (7) o próprio Deus é a sua parte na herança (8). Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da Antiga Aliança (9). Nela, os sacerdotes são «constituídos em favor dos homens, nas coisas respeitantes a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados» (10).

1540. Instituído para anunciar a Palavra de Deus (11) e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e a oração, aquele sacerdócio é, no entanto, impotente para operar a salvação, precisando de repetir sem cessar os sacrifícios, sem poder alcançar uma santificação definitiva (12) a qual só o sacrifício de Cristo havia de conseguir.

1541. Apesar disso, no sacerdócio de Aarão e no serviço dos levitas, assim como na instituição dos setenta «Anciãos» (13), a liturgia da Igreja vê prefigurações do ministério ordenado da Nova Aliança. Assim, no rito latino, a Igreja pede, na oração consecratória da ordenação dos bispos:

«Senhor Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [...] por vossa palavra e vosso dom instituístes a Igreja com as suas normas fundamentais, eternamente predestinastes a geração dos justos que havia de nascer de Abraão, estabelecestes príncipes e sacerdotes, e não deixastes sem ministério o vosso santuário...» (14).

1542. Na ordenação dos presbíteros, a Igreja reza:

«Senhor, Pai santo, [...] já na Antiga Aliança se desenvolveram funções sagradas que eram sinais do sacramento novo. A Moisés e a Aarão, que pusestes à frente do povo para o conduzirem e santificarem, associastes como seus colaboradores outros homens também escolhidos por Vós. No deserto, comunicastes o espírito de Moisés a setenta homens prudentes, com o auxílio dos quais ele governou mais facilmente o vosso povo. Do mesmo modo, as graças abundantes concedidas a Aarão. Vós as transmitistes a seus filhos, a fim de não faltarem sacerdotes, segundo a Lei, para oferecer os sacrifícios do templo, sombra dos bens futuros...» (15).

1543. E na oração consecratória para a ordenação dos diáconos, a Igreja confessa:

«Senhor, Pai santo, [...] é o novo templo que se edifica quando estabeleceis os três graus dos ministros sagrados para servirem ao vosso nome, como já na primeira Aliança escolhestes os filhos de Levi, para o serviço do templo antigo» (16).

CAPÍTULO IV
O Sacerdócio único de Cristo 

1544. Todas as prefigurações do sacerdócio da Antiga Aliança encontram a sua realização em Jesus Cristo, «único mediador entre Deus e os homens» (1 Tm 2, 5). Melquisedec, «sacerdote do Deus Altíssimo» (Gn 14, 18), é considerado pela Tradição cristã como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único «Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquisedec» (Heb 5, l0; 6, 20), «santo, inocente, sem mancha» (Heb 7, 26), que «com uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que foram santificados» (Heb 10, 14), isto é, pelo único sacrifício da sua cruz.

1545. O sacrifício redentor de Cristo é único, realizado uma vez por todas. E no entanto, é tornado presente no sacrifício eucarístico da Igreja. O mesmo se diga do sacerdócio único de Cristo, que é tornado presente pelo sacerdócio ministerial, sem diminuição da unicidade do sacerdócio de Cristo: «e por isso, só Cristo é verdadeiro sacerdote, sendo os outros seus ministros» (17).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

"¹⁵ E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência. ¹⁶E sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca do concerto do Senhor! Nem lhes virá ao coração, nem dela se lembrarão, nem a visitarão; isso não se fará mais. ¹⁷ Naquele tempo, chamarão Jerusalém de trono do Senhor, e todas as nações se ajuntarão a ela, ao nome do Senhor, a Jerusalém; e nunca mais andarão segundo o propósito do seu coração maligno". [Jeremias 3:15-17].

"⁶Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, ⁷para abrires os olhos dos cegos, tirares os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas”. [Isaías 42, 6-7].

Torno em vigor o que foi dito ao início desta carta: "Velai sobre o rebanho de Cristo". O próprio Deus vos confiou esta missão de ser "O bom pastor" vos escolheu segundo seu coração. Sejam pois, caríssimos filhos, a "alegria do coração de Cristo" e vivam intensamente o evangelho. 

Em Cristo, 

✠ Erick Breno Bergoglio 
Bispo Prelado de Fortaleza

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